RS NEGRO-LAUYEN E JOÃO

    
RS NEGRO:

Gilberto Ferreira da Silva;
José Antônio dos Santos;
Luiz Carlos da Cunha Carneiro.
lauyen e joão pedro

O preconceito é expressão das relações conservadoras da sociabilidade burguesa e de seu individualismo, que, por sua vez, remete à exploração, cada vez mais bárbara, do trabalho pelo capital. A banalização destes fundamentos representa um desvalor, que emerge nas mais diferentes formas da vida cotidiana, e o desafio do seu enfrentamento deve provocar, na categoria de assistentes sociais, processos de autorreflexão, com vistas a uma intervenção profissional marcada por ações emancipatórias, na perspectiva de outra ordem societária.Em tempos de fortalecimento do conservadorismo, de violação dos direitos e de criminalização da pobreza,o livro rs negro,no combate ao preconceito fortalece a dimensão política da profissão, respaldada pelos princípios éticos de um Serviço Social que discrimina “por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de Gênero, idade e condição física”, como aponta nosso Código de Ética Profissional.

1-Francisco residia em Piratini e, como muitos outros escravos das
redondezas, serviu na guerra como soldado, aliás, lanceiro. Nada de
novo transcorreria na vida de Francisco se não fosse a guerra a afetar
o dia-a-dia da província sulina há alguns anos. Enquanto as tropas de
Antonio de Souza Netto e do Major Teixeira Nunes se aproximavam
da localidade, rumo a mais uma das tantas batalhas ocorridas no
decênio belicoso e à procura de pessoas dispostas (ou não!) a lutarem
nas fileiras rebeldes, Francisco trabalhava nas lavouras de seu amo,
proprietário de algumas terras na cidade de Canguçu. Foi assim que a
história de Francisco, da guerra farrapa e dos lanceiros negros se
cruzaram gerando uma rica história que apresentaremos aqui alguns
fragmentos.Neste dia, Francisco foi cedido por seu amo aos chefes farrapos
para integrar um dos muitos corpos de infantaria e artilharia das forças
rebeldes.

2-Alistado, Francisco passou a fazer parte de um dos corpos de
lanceiros e em uma das incursões dos mesmos a Montevidéu o oficial
responsável pelas tropas dispensou todos os negros por não possuir
dinheiro para pagar seus soldos. Em função disso, disse a todos os
escravos que “estavam livres”, tendo os mesmos recebidos “papéis”
individuais.

3-Nos últimos anos, assistimos a um processo de releitura da
história do Rio Grande do Sul, especialmente no sentido de ressaltar a
diversidade de sua composição étnica através da incorporação de
índios, negros e mestiços à produção historiográfica, como integrantes
e importantes contribuintes à formação social da região.

4-O relato de João Daniel Hillebrand,
imigrante alemão e Diretor Geral da Colônia de São Leopoldo, é
revelador da composição étnica da tropa que tomou Porto Alegre no
dia 20/09/1835.

5-Esses escravos eram na sua maioria recrutados entre os negros
campeiros e domadores da região sul do Estado, especialmente nas
proximidades da Serra dos Tapes e do Herval, e nas localidades de
Piratini, Caçapava do Sul, Encruzilhada do Sul, Arroio Grande e
Canguçu, como podemos perceber na história do africano Francisco.A arregimentação se dava de várias formas: através da solicitação de
escravos a senhores simpáticos à causa farrapa, pela captura forçada
de negros pertencentes a proprietários leais ao Império e via sedução
com a promessa de alforria, o que acabava por ocasionar o
engajamento voluntário de cativos que fugiam de seus senhores,
vislumbrando no exército farroupilha uma possibilidade de liberdade.
Ou, ainda, poderiam adentrar as tropas em substituição de indivíduo
livre convocado, o qual podia oferecer um escravo com carta de
alforria para lutar em seu lugar.

6-Este corpo de lanceiros, composto em geral de negros livres da
república, e escolhidos entre os melhores domadores de cavalos
da província, tinha unicamente os oficiais superiores brancos, e
nunca o inimigo havia visto as costas destes filhos da liberdade.
As suas lanças, que eram maiores do que as comuns, os seus
rostos pretos como o azeviche, os membros robustos e a sua
disciplina exemplar faziam deles o terror dos inimigos.

7-A polêmica que cerca o Massacre de Porongos,Canabarro teria sido atacado de surpresa
ou traído os lanceiros?foi levantada ao final da década de 1850 pelo farroupilha Domingos
José de Almeida, que afirmou ter visto o original da citada correspondência. A partir de então, o fato gerou uma acalorada controvérsia entre os
estudiosos que se debruçaram sobre o tema. Tal evento passa a receber diversas denominações (batalha, surpresa, traição ou massacre), cada uma delas carregando em si os significados e
os entendimentos atribuídos ao evento, conforme a interpretação efetuada.

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