GUERRA DOS EMBOABAS - MURIEL


1- Por que os paulistas achavam que tinham mais direitos sobre as lavras
de ouro? Explique.

R: Os paulistas achavam que tinham mais direitos sobre as lavras de ouro do que as pessoas das
outras capitanias. Para eles, quem não havia participado das bandeiras ou contribuído de alguma forma
para a descoberta das minas, dando seu sangue ou sua própria vida para a conquista épica daqueles
territórios ainda selvagens, não merecia agora repartir o lucro. Queriam privilégios. Afinal, haviam
sofrido barbaramente naquelas regiões inóspitas, enfrentando todos os tipos de perigos, desde cobras
venenosas a índios comedores de gentes. E tanto sacrifício para aumentar o erário real com a descoberta, daquelas minas de ouro fabulosas bem merecia uma recompensa.


2- Quem os índios denominavam de emboabas? Na visão dos paulistas
quem seriam os emboabas? 

R: Os índios denominavam de emboabas certas aves que possuíam as pernas cobertas com
penas. Como os portugueses costumavam usar calças compridas e botas, cobrindo toda a perna, o apelido
impôs-se pela analogia. Portanto, na visão dos paulistas, emboabas seriam todos estes forasteiros que se
dirigiram para a região das minas em busca de oportunidades.


3- Descreva o que aconteceu no episódio Capão da Traição.

R: Um dos episódios mais sangrentos e trágicos da Guerra dos Emboabas deu-se nos arredores de
Cachoeira do Campo, que ficou conhecido na história como “Capão da Traição”. Nesta localidade, os
paulistas haviam sido derrotados pelos emboabas, então comandados por Bento do Amaral Coutinho[10].
Vendo-se cercados, os paulistas pediram trégua e foram anistiados pelo chefe emboaba, com a condição
de que retornariam imediatamente para São Paulo. Os paulistas, porém, vendo-se livres, traíram a
palavra dada a Bento do Amaral e, reorganizando-se como puderam, atraíram novamente o inimigo para
uma cilada. Contudo, novamente os emboabas venceram a batalha, embora tivessem apresentado muitas
baixas entre os seus homens. Outra vez, os paulistas ergueram bandeiras brancas em busca de trégua.
Bento do Amaral Coutinho jurou-lhes em nome da Santíssima Trindade que pouparia a todos, mas não o
fez. Após a rendição, o “Calígula” emboaba, como era conhecido pelos paulistas, ordenou cruelmente o
massacre de cerca de trezentos homens desarmados.


4- Qual foi uma das consequências imediatas da Guerra dos Emboabas? O
que foi criada? 

R: Uma das consequências imediatas da Guerra dos Emboabas foi que a Coroa se viu obrigada a
atuar de maneira mais decisiva e presente nas minas, organizando melhor a vida civil, política e
administrativa da região. A 9 de novembro de 1709, foi criada a capitania de São Paulo e Minas do Ouro
(separada do Rio de Janeiro). Houve necessidade da coroa fiscalizar mais de perto a sua “galinha dos
ovos de ouro”. Minas só seria definitivamente desmembrada de São Paulo através do Alvará de 2 de
dezembro de 1720.


5- O que provocou a proibição de que ninguém mais poderia carregar ouro
em pó? Explique. 

R: A fim de inibir que as pessoas continuassem andando pela capitania com ouro em pó, a Coroa
passou a incentivar os delatores. Se um infeliz fosse apanhado em flagrante, todo o seu ouro seria
confiscado, ficando metade para a Fazenda Real e a outra metade para o denunciante. Daí que houve
muitas denúncias decorrentes de inveja, ódio ou mesmo por pura canalhice, feitas por indivíduos que
apenas desejavam se apoderar da riqueza alheia. A tal ponto chegou a preocupação real com o problema
da sonegação e do contrabando, que em 1751 acabou por expulsar da capitania de Minas Gerais todos os
ourives!


6- O que previa o Alvará de 1557? O que estabeleceu a Coroa baseando-
se neste Alvará?

R: Um antigo Alvará de 1557 já previa a arrecadação do quinto, caso riquezas minerais como ouro
viessem a ser descobertas na colônia. Baseando-se neste documento, a Coroa estabeleceu o regime dos
quintos no início do século XVIII e o primeiro sistema adotado, no tempo de Dom Antônio de
Albuquerque, foi o sistema de arrecadação por bateia, ou seja, por escravo que trabalhasse na mineração.


7- Houve aumento da receita real quando as Casas de Fundição
começaram a funcionar? 

R: Embora a lei tenha sido assinada em 1719, as Casas de Fundição só entraram em funcionamento
seis anos depois, em 1725. Na verdade, não havia local para a instalação física delas e o rei, como era
muito sovina, não queria gastar seu rico dinheirinho em prédios localizados assim tão longe, numa terra
onde ele nunca haveria de colocar seus régios pés. Preferia esvaziar os cofres na construção do Convento
de Mafra e no pagamento das contas apresentadas pelos comerciantes ingleses. Desde 1703, com o
Tratado de Methuen, a Inglaterra vinha vestindo, alimentando e entretendo Portugal em troca de vinhos e
laranjas, segundo as palavras de Charles Ribeyrolles. Bom negócio! E Dom João V, em sua crassa
ingenuidade, imaginava que os mineiros iriam disputar a tapas para ver qual deles seria o súdito mais
leal e teria o privilégio de oferecer uma casa para as instalações do fisco. Obviamente, nenhum se
habilitou, pois ninguém queria ceder a espada para cortar o próprio pescoço. Como o rei não desejava
perder uma oitava de ouro que fosse para as edificações, ou seja, não queria tirar a importância
necessária para as construções das referidas Casas de Fundição do próprio ouro arrecadado, decretou
que tais edifícios se realizassem com as sobras das verbas do orçamento administrativo e isso se
estendeu por longos anos, já que os funcionários corruptos acabavam sempre embolsando as tais sobras.
Porém, tão logo as Casas de Fundição começaram a funcionar, Dom João V teve a grata
satisfação de ver a sua receita real aumentar enormemente. Só para se ter uma ideia, em 1724 foram
arrecadadas em torno de 36 arrobas de ouro. No ano seguinte, a arrecadação deu um salto extraordinário,
subindo para 133 arrobas! E viva o Brasil!


8- O Plano. Qual sistema mais revoltas provocou? 

R:  O plano foi colocado em prática após o novo governador, Dom André de Melo e Castro, o Conde
de Galveias, tomar posse a 1o de setembro de 1732. Estipulou-se que o valor pago seria da ordem de 17
gramas de ouro por escravo a cada seis meses. Terrível para o minerador que possuísse muitos escravos
e minerava uma lavra fraca e também para os trabalhadores avulsos. E todos os escravos precisavam ser
registrados. Talvez este tenha sido o sistema que provocou mais revoltas. Começou a ser cobrado a partir
de 1735, quando o rei substituiu outra vez o governador da capitania das Minas, dando posse a Gomes Freire de Andrade no dia 26 de março de 1735.



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